DataSUS

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Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) processam dados coletados em serviços de saúde para gerar informações que apoiam a compreensão de problemas e a tomada de decisões em saúde. No Brasil, quando têm alcance nacional, são chamados de fontes de dados nacionais, sob gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A responsabilidade pela manutenção e custódia desses sistemas geralmente é do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Informática do SUS (DataSUS).

SIS - Sistemas de Informações em Saúde

Sistemas de Informação em Saúde de base nacional entre 2010 e 2018, de acordo com a sua principal lógica de funcionamento

Principal Lógica de Funcionamento N Lista de SIS
Cadastramento populacional e de estabelecimentos de saúde 2 CADSUS, CNES
Monitoramento de eventos relevantes para saúde pública 14 SINAN NET, SIVEP Malária, SIVEP DDA, RESP, SINAN Dengue/Chikungunya, SINAN Influenza, SINASC, SIM, GAL, COAGULOPATIAS web, HEMOGLOBINOPATIAS web, SIS-Água, SIS-Solo, VETORES-MALÁRIA
Controle de Programas e/ou repasses Federais 26 Programa Bolsa Família, PAINEL-PSE, HIPERDIA, SIRAM, SI-PNI, SIS Pré-Natal, SISVAN, SIA, SIH, CMD, Fique Sabendo, SICLOM, SISCEL, SISCAN, PMAQ-AB, AMAQ, RAAS-AD, SIAB, SIASI, SISGENO, ProgramaSUS, SIACS, SIES, SISNEO, SIS-PNDC, Sistema de Micronutrientes
Apoio à informatização de políticas, processos e serviços do SUS 12 SISREG, HÓRUS Básico, HÓRUS Especializado, HÓRUS Estratégico, TELESSAÚDE/SMART, APURASUS, BHL-WEB, BPS, SARGSUS, SNT, E-SUS AB/SISAB, SIS-CNRAC
Total 54

De maneira geral, a literatura sobre os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) no SUS tem focado nas bases mais tradicionais e amplamente utilizadas, conhecidas como sistemas “estruturantes”. Entre esses, destacam-se o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), o Sistema de Informações Hospitalares (SIH), o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Esses sistemas são fundamentais para o monitoramento de grandes volumes de dados e para a gestão das políticas públicas de saúde.(Coelho Neto and Chioro 2021)

Entretanto, observa-se uma lacuna significativa na cobertura e análise de sistemas igualmente importantes, mas menos explorados na literatura, como os geridos pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DIAHV), incluindo o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) e o Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL). Além disso, alguns sistemas da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) como o SIS-Água (relacionado à vigilância da qualidade da água para consumo humano) e o SIS-Solo (focado na vigilância em saúde de populações expostas a solos contaminados) também são sub-representados nos estudos acadêmicos.(Coelho Neto and Chioro 2021)

Outro ponto de destaque é a ausência de discussão sobre sistemas mais recentes e específicos, como o módulo de Autoavaliação das Equipes de Saúde da Família (EqSF) dentro do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e o Sistema do Programa Bolsa Família na Saúde. Estes sistemas desempenham papéis centrais no aprimoramento das políticas de saúde, ao possibilitarem o monitoramento de dados detalhados e específicos sobre a prestação de serviços e sobre programas sociais associados à saúde pública. A incorporação dessas bases mais recentes e específicas na análise da literatura é crucial para uma visão mais abrangente da infraestrutura de dados em saúde no Brasil.(Coelho Neto and Chioro 2021)