Arboviroses urbanas: que não é o que não pode ser…

ARBOLETIM - ARBOVIROSES EM EVIDÊNCIA

Dengue
Chikungunya
Zika
Arboviroses
Análise
Boletim
Author

Wanderson Oliveira

Published

April 4, 2024

Que não é o que não pode ser que

Não é o que não pode

Ser que não é

O que não pode ser que não

É o que não

Pode ser

Que não

É
Titãs

CONTEXTO

História natural das doenças e a vigilância epidemiológica

A história natural da doença é um conceito fundamental na saúde pública que se refere ao curso de uma doença desde o momento inicial da sua existência até a sua resolução final, sem intervenção médica. Ela é dividida em fases: pré-patogênese (antes do surgimento da doença) e patogênese (desenvolvimento da doença).

A vigilância epidemiológica desempenha um papel crucial na detecção da doença em cada fase. Na fase de pré-patogênese, a vigilância ajuda a identificar fatores de risco e populações vulneráveis. Na fase de patogênese, a vigilância permite a detecção precoce da doença, monitoramento da progressão e avaliação da eficácia das intervenções. Portanto, a compreensão da história natural da doença é essencial para a vigilância epidemiológica, pois permite a implementação de estratégias de prevenção e controle mais eficazes. Uma vez que se compreende a história natural da doença, é possível atuar sobre cada uma das fases com maior precisão (Figura 1).

Figura 1. história natural da doença e relação com momentos de oportunidade da viglância epidemiológica para detectar e responder.

Elaboração: wanderson oliveira - epidemiologista

Como meus alunos da graduação e pós-graduação, vocês estão em uma posição única para analisar a base de dados do Sinan Dengue. Compreender a ficha de notificação é fundamental. Identifiquem os pontos que refletem cada etapa do processo, com foco especial nos aspectos clínicos epidemiológicos ou operacionais do serviço de vigilância. Esta análise permitirá que vocês entendam melhor a dinâmica da doença e a eficácia dos serviços de saúde.

Um exemplo de análise que vocês podem realizar é o estudo do indicador de Oportunidade de Notificação. Este indicador é obtido subtraindo a data de notificação da data de início dos sintomas. Deste modo, é possível avaliar a capacidade do sistema de identificar um caso de dengue e descrever o padrão da doença ao longo do tempo. Uma análise estratificada pode ser realizada comparando a oportunidade de notificação com os casos graves. Por exemplo, vocês podem elaborar uma hipótese onde “casos que foram hospitalizados apresentam oportunidade de notificação superior aos casos não hospitalizados”. Esta é apenas uma das muitas abordagens possíveis para o desenvolvimento do trabalho da disciplina.


Sistema de Informação

Sinan - Sistema de Informação de Agravos de Notificação

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), implementado de forma gradual a partir de 1993, teve uma adoção variada entre os estados e municípios, sem uma coordenação efetiva dos gestores de saúde. Somente em 1998, que o processo foi reestruturado pelo Cenepi (Centro Nacional de Epidemiologia) na Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que se estabeleceu uma comissão para atualizar o sistema e o software do Sinan, garantindo sua padronização e implantação em todo o país. Desde então, o uso do sistema foi regulamentado, tornando-se obrigatória a alimentação regular dos dados. A gestão nacional da base de dados ficou a cargo do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). A competência de alimentar o sistema são os serviços de saúde, sejam eles municipais, estaduais ou federais, no ãmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), seja o serviço público ou privado(BRASIL 2006).

Quanto às mudanças do Sinan da versão Windows para a versão Net, é importante notar que a versão Net foi desenvolvida para ser utilizada por pontos de digitação que não possuem uma ligação Internet estável. A mudança resultou em uma redução do número de campos e variáveis a serem preenchidas durante o processo de notificação/investigação (Figura 2 e 3).

Figura 2. Evolução histórica e características do Sinan ao longo do tempo

Elaboração: wanderson oliveira - epidemiologista

Entre o ano 2000 e 2024, foram desenvolvidas diversas fichas de notificação de dengue. Este processo foi necessário para adaptar às características clínicas, epidemiológicas e operacionais do sistema de vigilância epidemiológica. Ao longo deste período a ficha teve entre 63 e 121 campos para o preenchimento. Entretanto, 46 campos são os mesmos desde o início da vigilância da doença, permitindo estudar a expressão da doença em cada período da série histórica (Figura 3).

Entre janeiro do ano 2000 até 30 de março de 2024, foram registrados 27.354.255 milhões de casos prováveis de dengue. Neste período, comparando o ano de 2024 com todos os anos anteriores, em 3 meses apenas, o número de casos de dengue já é de 9,1% de toda a série histórica disponível. Enquanto nos anos fechados, em 12 meses, a maior proporção ocorreu em 2015, ano que ocorreram grandes epidemias de dengue e zika vírus, decrita no artigo de conclusão de meu doutorado Infection-related microcephaly after the 2015 and 2016 Zika virus outbreaks in Brazil: a surveillance-based analysis (Figura 3) (Oliveira et al. 2017).

Figura 3. total de variáveis do banco de dados público, total de registros, proporção em relação à série histórica e número de meses correspondentes.

Em estudo realizado em 2018 sobre a percepção de profissionais de saúde sobre os fatores associados à subnotificação no Sinan, foi verificado que a subnotificação está ligada principalmente à conduta do profissional de saúde, dificuldades no processo de notificação, complexidade do paciente e/ou familiares e diagnóstico da doença. A maior dificuldade parece ser o diagnóstico dos casos pelos médicos, que muitas vezes não notificam ou delegam a notificação à equipe de enfermagem, resultando em atrasos. Essa dificuldade pode estar relacionada à qualidade da formação profissional ou à estrutura inadequada das unidades de atendimento (Melo et al. 2018a).

Embora a notificação seja legalmente responsabilidade de todos os profissionais de saúde, a falta de penalidades para aqueles que não comunicam os casos às autoridades de saúde contribui para a subnotificação. A diversidade de atribuições e a sobrecarga de trabalho são frequentemente citadas como justificativas para a não notificação, como indicado em 21,8% dos casos relatados (Melo et al. 2018a).

No estudo, revelaram 111 situações facilitadoras e 133 dificultadoras no processo de notificação no Sinan, associadas a 33 doenças de notificação compulsória. As doenças mais mencionadas foram, em ordem decrescente, Dengue (44 menções), Acidente por animal potencialmente transmissor da Raiva (23), Hanseníase (20) e Sífilis (4). Entre as situações dificultadoras, a Dengue (27 menções) liderou, seguida de Hanseníase e Sífilis (9 cada), e Hepatites e Síndrome Respiratória Aguda (8 cada) (Melo et al. 2018b).

Em relação aos comportamentos decorrentes das situações dificultadoras, 56,4% dos casos relatados não foram notificados, 21,1% foram notificados tardiamente e 22,5% foram notificados, mas não encerrados no Sinan. Nas situações facilitadoras, 46,9% das notificações foram realizadas pela enfermagem, 25,2% pelos profissionais de saúde em geral, 19,8% pela Vigilância Epidemiológica ou Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, 4,5% pelo médico e 3,6% foram identificados por meio de busca ativa nas unidades de saúde e em prontuários (Melo et al. 2018b).

Normas de notificação

O Sinan baseia-se na notificação e investigação de casos de doenças que constam na lista de notificação compulsória nacional, permitindo que estados e municípios incluam problemas de saúde locais. A lista nacional de notificação compulsória de doenças e agravos e eventos de saúde pública mais atual foi dada pela Portaria nº 3.148 de 6 de fevereiro de 2024, incorporada na Portaria de Consolidação nº 4 que agrega todas as normas sobre os sistemas e os subsistemas do SUS (Figura 4) (BRASIL 2017).

Figura 4. Lista nacional de notificação das arboviroses urbanas de importância para a saúde pública nacional atualizada em 06 de fevereiro de 2024.
(Redação dada pela PRT GM/MS n° 3.148 de 06.02.2024)
FREQUÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO
ID DOENÇA da US1 para SMS2 da SMS para a SES3 da SES para o MS4
1 Dengue sem complicação Semanal Semanal Semanal
2 Óbito por suspeita de dengue Até 24h Até 24h Até 24h
3 Febre de Chikungunya Semanal Semanal Semanal
4 Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão Até 24h Até 24h Até 24h
5  Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya Até 24h Até 24h Até 24h
6 Doença aguda pelo vírus Zika Semanal Semanal Semanal
7 Doença aguda pelo vírus Zika em gestante Semanal Até 24h Até 24h
8 Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika Até 24h Até 24h Até 24h
9 Síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika Semanal Semanal Semanal

A utilização eficaz do sistema possibilita diagnósticos dinâmicos de eventos na população, fornece uma base para análises causais e identifica riscos, contribuindo para a compreensão da situação epidemiológica local. A aplicação sistemática e descentralizada do sistema promove a democratização das informações, tornando-as acessíveis a profissionais de saúde e à comunidade, e se torna essencial no planejamento da saúde, na definição de prioridades e na avaliação do impacto das ações de saúde. No entanto, a subnotificação de doenças e agravos de notificação compulsória no Sinan é um problema conhecido e está associado a vários fatores gerenciais e operacionais. Apesar da existência de subnotificação e de infecções assintomáticas, os dados do sistema de vigilância da dengue foram, em geral, considerados adequados para orientar as ações de prevenção e controle da doença (Barbosa et al. 2015a).

No trabalho realizado em 2015, com base nos dados de dengue de 2005 a 2009, os autores descrevem que cerca de 50% dos casos foram notificados em até 3 dias após a data dos primeiros sintomas, enquanto 90% dos casos foram notificados em 7 dias, padrão este mantido ao longo dos anos analisados. A mediana do intervalo entre a data de início dos sintomas e a data de digitação da ficha (disponível apenas no Sinan-Net, a partir de 2007) foi maior que 15 dias. Segundo a figura 3, nos anos de 2007 a 2009 em 25% dos casos notificados o intervalo foi superior a 35 dias chegando até a cerca de 90 dias em 2008 (Figura 5) (Barbosa et al. 2015a).

Figura 5. Distribuição do intervalo entre o início de sintomas, a notificação e a digitação dos casos de dengue no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Brasil, 2005 a 2009

Fonte: Barbosa JR, Barrado JC dos S, Zara AL de SA, Siqueira Júnior JB. Avaliação da qualidade dos dados, valor preditivo positivo, oportunidade e representatividade do sistema de vigilância epidemiológica da dengue no Brasil, 2005 a 2009. Epidemiol Serv Saúde

Outro dado interessante é o valor preditivo positivo (VPP), ao longo do primeiro semestre dos anos analisados, observou-se que os valores preditivos positivos mais altos estavam associados aos casos suspeitos de dengue. Nos casos de dengue notificados no Sinan, que realizaram o exame sorológico (IgM) e receberam um diagnóstico laboratorial positivo para dengue, o valor preditivo positivo variou entre 34% e 65% nos meses de janeiro a maio, exatamente o período que estamos avaliando neste trabalho (Figura 6)(Barbosa et al. 2015b).

Figura 6. Valor preditivo positivo dos casos suspeitos de dengue segundo os meses do ano. Brasil, 2005 a 2009

Barbosa JR, Barrado JC dos S, Zara AL de SA, Siqueira Júnior JB. Avaliação da qualidade dos dados, valor preditivo positivo, oportunidade e representatividade do sistema de vigilância epidemiológica da dengue no Brasil, 2005 a 2009. Epidemiol Serv Saúde

O valor preditivo positivo (VPP) é um conceito estatístico usado em testes de diagnóstico para medir a probabilidade de que um resultado positivo no teste realmente indique a presença da condição que o teste está projetado para detectar. Em outras palavras, é a proporção de verdadeiros positivos (aqueles que realmente têm a doença e testaram positivo) em relação a todos os resultados positivos do teste (verdadeiros positivos mais falsos positivos). Um VPP alto indica que um teste é confiável ao identificar a condição quando o resultado é positivo. No entanto, o VPP pode variar dependendo da prevalência da condição na população testada. Portanto, é importante considerar o contexto ao interpretar o VPP.

OBJETIVO

Descrever o perfil dos casos notificados para dengue, zika e chikungunya, que estão registrados no Sinan e não possuem classificação final e/ou evolução.

MÉTODO

Fonte de informação

  • Sistema: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)

  • Endereço: ftp://ftp.datasus.gov.br/dissemin/publicos/

  • Arquivos: DENGBR24.DBC, CHIKBR.DBC e ZIKABR24.DBC.

Variáveis utilizadas

variable.names(dcz24)
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[21] "ID_OCUPA_N"     "CLASSI_FIN"     "CRITERIO"       "EVOLUCAO"      
[25] "DT_OBITO"       "DT_ENCERRA"     "CS_FAIXAETARIA"

Programas utilizados nas análises

  • RStudio - Versão: 2023.12.1+402 “Ocean Storm” Release (4da58325ffcff29d157d9264087d4b1ab27f7204, 2024-01-28) for windows

  • TabWin - Versão: 4.1.5 - 32 bits - 03/08/2018

  • Microsoft® Excel® para Microsoft 365 MSO (Versão 2402 Build 16.0.17328.20124) 64 bits

RESULTADOS

Situação epidemiológica com dados atualizados do Ministério da Saúde

Em relação à dengue, os dados mais recentes do Painel da Dengue indicam que até o dia 05 de abril de 2024 às 15h37, foram registrados 2.747.643 casos prováveis, resultando em 2.671 mortes relacionadas, sendo 40% (1.078) já confirmadas para dengue e outras 1.593 sem confirmação até o momento. O coeficiente de incidência que é o número de casos por 100 mil habitantes, está em 1.353/100.000 (M. da S. S. de V. em S. BRASIL 2024b).

Para comparação, em 2023 foram 1.649.144 casos prováveis, com um total de 1.293 óbitos relacionados, sendo 91% (1.179) confirmados para dengue e outros 114 que ainda permaneceram em investigação. o coeficiente de incidência em todo o ano foi de 773/100.000 habitantes (M. da S. S. de V. em S. BRASIL 2024b).

Em relação aos casos de Chikungunya, são 122.216 casos prováveis, com um total de 132 óbitos relacionados, sendo 49 confirmados para chikungunya e outros 83 em investigação e coeficiente de incidência de 60/100.000 habitantes. No ano anterior foram 158.061 casos prováveis durante todo o ano, com um total de 155 óbitos relacionados, sendo 122 confirmados para chikungunya e outros 33 em investigação (M. da S. S. de V. em S. BRASIL 2024c).

Em relação aos casos de Zika vírus, são 3.600 casos prováveis, sem registro de óbitos relacionados e coeficiente de incidência de 1,8/100.000 habitantes. No ano anterior foram 11.534 casos prováveis durante todo o ano, com um total de 4 óbitos confirmados pela doença e coeficiente de incidência de 5,4/100.000 habitantes (M. da S. S. de V. em S. BRASIL 2024c).

Entre os anos de 2015 e 2023, foram notificados ao Ministério da Saúde 22.251 casos suspeitos de SCZ, dos quais 3.742 (16,8%) foram confirmados para alguma infecção congênita. Do total de casos confirmados, 1.828 (48,9%) foram classificados como casos de SCZ, e destes, 1.380 (75,5%) ocorreram na Região Nordeste (M. da S. S. de V. em S. BRASIL 2024a)

Análise dos primeiros 3 meses de 2024 (SE01-13)

A base de dados mais atualizada do SINAN contem dados referentes às notificações de casos prováveis de 91 dias do ano. Os dados acumulados entre 31 de dezembro de 2023, início da semana epidemiológica 01 até o dia 30 de março de 2024, último dia da semana epidemiológica 13, foram 2.623.693 casos prováveis de dengue, chikungunya e zika. Destes, 94,6% (2.482.427) estão classificados como dengue na base de dados, 5,2% (137.053) por chikungunya e 0,2% (4.213) por zika vírus (Figura 7).

Figura 7. Classificação final e evolução em relação ao total de casos prováveis de dengue, chikungunya e zika virus, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.
Variáveis N Arboviroses Urbanas | Dados atualizados da SE01-13/2024
Total1 Dengue, N = 2,482,4272 Chikungunya, N = 137,0532 Zika, N = 4,2132
Classificação final 2,623,693



    1.Dengue
49.3% (n=1,293,479) 1,293,479 (52.11%) 0 (0.00%) 0 (0.00%)
    2.Dengue com sinais de alarme
1.1% (n=28,126) 28,126 (1.13%) 0 (0.00%) 0 (0.00%)
    3.Dengue grave
4.5% (n=116,792) 116,733 (4.70%) 0 (0.00%) 59 (1.40%)
    4.Chikungunya
2.4% (n=63,155) 0 (0.00%) 63,155 (46.08%) 0 (0.00%)
    5.Zika vírus
0.0% (n=339) 0 (0.00%) 0 (0.00%) 339 (8.05%)
    8.Descartado
1.1% (n=28,927) 0 (0.00%) 27,027 (19.72%) 1,900 (45.10%)
    9.Caso sem classificação final
41.7% (n=1,092,875) 1,044,089 (42.06%) 46,871 (34.20%) 1,915 (45.45%)
Evolução 2,623,693



    1.Óbito confirmado
0.0% (n=957) 912 (0.04%) 45 (0.03%) 0 (0.00%)
    2.Óbito em investigação
0.1% (n=1,510) 1,429 (0.06%) 81 (0.06%) 0 (0.00%)
    3.Cura
43.5% (n=1,141,689) 1,065,114 (42.91%) 74,771 (54.56%) 1,804 (42.82%)
    8.Óbito descartado
0.0% (n=231) 141 (0.01%) 78 (0.06%) 12 (0.28%)
    9.Caso sem evolução
56.4% (n=1,479,306) 1,414,831 (56.99%) 62,078 (45.29%) 2,397 (56.90%)
1 % (n=n)
2 n (%)

Segundo a evolução, há 1.479.306 (56,4%) dos casos prováveis de Dengue, Chikungunya ou Zika registrados nos primeiros três meses de 2024, sem registro da evolução (Figura 8). Quantos destes casos evoluiram para óbito?

Em relação á classificação final, são 1.092.875 (41,7%) dos registros sem classificação para alguma das doenças ou mesmo descartados (Figura 8). Quantos destes casos estão sendo investigados e serão atualizados no futuro? Segundo as regras do Sinan, quando o caso destas doenças não é encerrado em até 60 dias, o sistema classifica o caso automáticamente como inconclusivo.

O que é mais impressionante são 1.081.872 (41,2%) dos registros de casos prováveis registrados para dengue, chikungunya ou zika vírus que não sabemos qual é a classificação final e não sabemos a evolução (Figura 8). Quantos destes casos estão morrendo nas últimas semanas e poderiam alterar o perfil epidemiológico da pandemia?

Figura 8. Relação entre a classificação final e evolução de todos os casos prováveis de dengue, chikungunya e zika virus, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.
VARIÁVEIS N Arboviroses Urbanas | Dados atualizados da SE01-13/2024
TOTAL1 1.Óbito confirmado, N = 9572 2.Óbito em investigação, N = 1,5102 3.Cura, N = 1,141,6892 8.Óbito descartado, N = 2312 9.Caso sem evolução, N = 1,479,3062
CLASSIFICAÇÃO FINAL 2,623,693





    1.Dengue
49.3% (n=1,293,479) 211 (22.05%) 478 (31.66%) 1,035,234 (90.68%) 91 (39.39%) 257,465 (17.40%)
    2.Dengue com sinais de alarme
1.1% (n=28,126) 166 (17.35%) 213 (14.11%) 17,303 (1.52%) 21 (9.09%) 10,423 (0.70%)
    3.Dengue grave
4.5% (n=116,792) 534 (55.80%) 303 (20.07%) 2,325 (0.20%) 20 (8.66%) 113,610 (7.68%)
    4.Chikungunya
2.4% (n=63,155) 44 (4.60%) 36 (2.38%) 52,862 (4.63%) 5 (2.16%) 10,208 (0.69%)
    5.Zika vírus
0.0% (n=339) 0 (0.00%) 0 (0.00%) 271 (0.02%) 2 (0.87%) 66 (0.00%)
    8.Descartado
1.1% (n=28,927) 1 (0.10%) 4 (0.26%) 23,177 (2.03%) 83 (35.93%) 5,662 (0.38%)
    9.Caso sem classificação final
41.7% (n=1,092,875) 1 (0.10%) 476 (31.52%) 10,517 (0.92%) 9 (3.90%) 1,081,872 (73.13%)
1 % (n=n)
2 n (%)

Do total de 2.623.693 casos prováveis registrados, a média de idade é de 35,7 anos de idade, a mediana é de 34 anos. Pessoas com 20 a 50 anos representam 50% do total de registros (Figura 9).

Figura 9. Distribuição da idade da soma de todos os casos prováveis de dengue, chikungunya e zika virus, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.
------------------------------------------------------------------------------ 
Idade dos casos prováveis em anos

     length          n    NAs  unique      0s   mean  meanCI'
  2'623'693  2'623'693      0     100  24'417  35.70   35.67
                100.0%   0.0%            0.9%          35.72
                                                            
        .05        .10    .25  median     .75    .90     .95
       6.00      10.00  20.00   34.00   50.00  64.00   71.00
                                                            
      range         sd  vcoef     mad     IQR   skew    kurt
      99.00      20.13   0.56   22.24   30.00   0.34   -0.62
                                                            
lowest : 0 (24'417), 1 (17'389), 2 (17'335), 3 (18'431), 4 (21'353)
highest: 95 (372), 96 (285), 97 (195), 98 (167), 99 (105)

' 95%-CI (classic)

Os resultados da ANOVA indicam que há uma diferença significativa nas idades entre os grupos de Dengue, Chikungunya e Zika vírus, sugerindo na Análise de Variância (Anova) que a idade parece ter um efeito significativo na infecção por esses três vírus (Figura 10).

Figura 10. Boxplot da distribuição da idade do total de casos prováveis de dengue, chikungunya e zika virus, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

                 Df    Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)    
ID_AGRAVO         2 1.259e+06  629318    1556 <2e-16 ***
Residuals   2623690 1.061e+09     405                   
---
Signif. codes:  0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1

Ao analisar os casos prováveis de dengue sem informações de evolução, observa-se que a distribuição etária sugere que o intervalo interquartílico é semelhante aos casos que resultaram em cura. No entanto, entre os casos sem evolução, pode haver aqueles que evoluíram para óbito. Isso se deve ao fato de que 25% desses casos são de indivíduos com mais de 49 anos, e uma proporção dos casos em idades inferiores também pode ter resultado em óbito. Outro destaque é a similaridade da distribuição dos óbitos em investigação com os óbitos confirmados (Figura 11).

Figura 11. Boxplot da distribuição da idade do total de casos prováveis de dengue, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

Nos casos de chikungunya, a semelhança entre os casos sem evolução e os que foram curados é mais notável. Em contraste com a dengue, os óbitos de chikungunya ainda em investigação tendem a ser de indivíduos mais jovens, comparativamente aos óbitos já confirmados para chikungunya (Figura 12).

Figura 12. Boxplot da distribuição da idade do total de casos prováveis de chikungunya, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

Nos primeiros três meses de 2024, todos os óbitos registrados entre os casos prováveis de Zika foram descartados. Há uma notável semelhança entre os casos sem evolução e os que resultaram em cura (Figura 13).

Figura 13. Boxplot da distribuição da idade do total de casos prováveis de zika, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

Comparando a distribuição etária da soma dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus entre aqueles com (Figura 14) e sem (Figura 15) registros de classificação final e evolução, verifica-se elevada similaridade.

Figura 14. Histograma da distribuição da idade do total de casos prováveis de dengue, chikungunya e zika, com registro de classificação final e evolução, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

Figura 15. Histograma da distribuição da idade do total de casos prováveis de dengue, chikungunya e zika, sem registro de classificação final e evolução, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

O intervalo de tempo entre as semanas epidemiológicas 05 (início em 04/02) e a 13 (encerra em 30/03) é de 55 dias. Ou seja, há um volume enorme de registros que ainda não forma contabilizados nas comunicações oficiais como evolução para óbito (Figuras 16, 17 e 18).

Figura 16. Histograma da distribuição da semana epidemiológica notificação de todos os casos prováveis de dengue, chikungunya e zika, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

Figura 17. Histograma da distribuição da semana epidemiológica notificação de todos os casos prováveis de dengue, chikungunya e zika, com registro de informação da classificação final e evolução, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

Figura 18. Histograma da distribuição da semana epidemiológica notificação de todos os casos prováveis de dengue, chikungunya e zika, sem registro de informação da classificação final e evolução, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise preliminar dos dados indica que uma proporção significativa de registros, ainda pendentes de classificação final e evolução, pode ser atribuída a uma das três arboviroses urbanas predominantes: dengue, chikungunya ou zika. Esta inferência é corroborada pela distribuição temporal e perfil etário dos casos ainda em aberto para evolução. Assim, temos 1.081.872 registros que provavelmente serão atualizados nas próximas semanas, seja por investigação e encerramento por ação da vigilância, seja pela regra do Sinan que altera a classificação após 60 dias.

A detecção e notificação de casos, bem como a procura por atendimento médico, são responsabilidades compartilhadas. Elas recaem não apenas sobre o paciente e os profissionais de saúde, que têm sua parcela de responsabilidade, mas principalmente sobre os gestores do sistema de saúde, nas Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais, do Distrito Federal e do Ministério da Saúde.

Se a população não procura o serviço de saúde, isso pode estar, em parte, relacionado à falta de comunicação oportuna e regular, especialmente antes da sazonalidade que ocorre invariavelmente todos os anos entre novembro e maio. Essa comunicação deve ser assertiva e oportuna, garantindo que estudantes, trabalhadores e a população em geral estejam preparados para o pior. Embora o número de casos que evoluem para óbito possa parecer “pequeno”, cada caso representa uma pessoa com família e, muitas vezes, responsável pelo sustento da casa. Portanto, o impacto de cada morte na sociedade não deve ser subestimado.

Diante da responsabilidade das autoridades de saúde, que resulta em campanhas de comunicação pouco adequadas à nova estrutura de comunicação da sociedade, que exige falar com públicos diferentes, por canais diferentes e com linguagem adequada a cada grupo etário, constata-se que o Brasil ainda está distante de garantir à sociedade uma mobilização real e profunda. É imperativo que as estratégias de comunicação sejam revistas e adaptadas para atender às necessidades de uma sociedade diversificada e em constante mudança.

A evolução para quadros graves é influenciada por diversos fatores, não apenas clínicos. A Dengue, como observado nos números oficiais - ainda que subestimados - tem um alta mortalidade. A demora em procurar os serviços de saúde é, em parte, uma característica cultural do brasileiro de postergar a busca por atendimento médico. No entanto, muitos empregadores não permitem que seus funcionários se ausentem quando os sintomas ainda são leves. Além disso, ao chegar aos postos de saúde, o cidadão pode enfrentar barreiras como horário de funcionamento incompatível com sua disponibilidade e longas esperas por atendimento devido à triagem. Portanto, o resultado final desta balança tende pesar sobre o lado mais fraco, que é o paciente.

Quando este paciente finalmente consegue receber o atendimento, deve ter a sorte de encontrar um profissional preparado para diagnosticar corretamente. Se a doença for tratada corretamente, o risco de evoluir para gravidade é baixo. No entanto, a realidade dos fatos não corrobora com a expectativa dos gestores. Geralmente, os serviços estão sobrecarregados, os profissionais recebem uma remuneração que é uma fração do que têm por direito, e as estruturas são frágeis, sem equipamentos e ambiente adequado para prestar atenção humanizada a cada paciente.

A ausência de campanhas regulares durante todo o ano e o investimento insuficiente em educação em saúde são fatores que contribuem para a situação atual. A população, em última instância, é vítima desta negligência, assim como a maioria dos profissionais médicos e da equipe de enfermagem que trabalham em condições degradantes, sem uma boa referência para encaminhamento dos casos graves, sem laboratório e sem estímulos para atualização.

Esta é, sem dúvida, a pior e mais grave Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) por dengue na história da saúde pública do Brasil. Estes dados corroboram com os alertas que especialistas emitiram ainda no início da sazonalidade de 2023/2024, indicando que seria ainda pior que a sazonalidade de 2022/2023. Apesar do Governo Federa não reconhecer a situação, até o momento, como emergência de saúde pública.

Apesar do planejamento ter sido possível de ser realizado ainda no primeiro semestre de 2023, o Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra dengue gratuitamente no SUS em 2024. A vacina Dengvaxia, produzida pelo laboratório Sanofi Medley, existe desde 28 de dezembro de 2015. A segunda vacina, a Qdenga, desenvolvida pelo laboratório Takeda Pharma, foi aprovada em 02 de março de 2023. Esta vacina é indicada para crianças, jovens e adultos entre 4 e 60 anos de idade, e é administrada em duas doses, com um intervalo de três meses. Inicialmente, a prioridade para vacinação são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. No próximo ano, possivelmente, a vacina do Instituto Butantan também estará disponível. Deste modo, seria recomedável que o Sistema Único de Saúde, por meio de seus representante comecem a se preparar para garantir estratégia que contemple a disponibilidade dos três imunobiológicos, dois já disponíveis e um brevemente.

Apesar da experiência negativa com a vacina Dengvaxia no Paraná e outros locais, resultando na compreensão da indicação desta vacina apenas para quem já tenha sido, comprovadamente, infectado pelo vírus no passado. Acredito que atualmente há uma oportunidade importante de se implementar esta vacina no calendário, considerando o aumento da capacidade de diagnóstico laboratorial, em especial após a Covid-19, onde todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública passaram a dispor de equipamento, insumo e capacitação para os testes das arboviroses urbanas.

Em conclusão, é fundamental que os gestores de saúde em todos os níveis governamentais tomem medidas preventivas e ações oportunas para combater esta Emergência de Saúde Pública. A educação em saúde, a comunicação eficaz e o investimento adequado são essenciais para garantir que a população e os profissionais de saúde estejam equipados para lidar com essas arboviroses. Juntos, podemos superar esta situação e construir um futuro mais saudável para todos. É imperativo que as estratégias de comunicação sejam revistas e adaptadas para atender às necessidades de uma sociedade diversificada e em constante mudança.

Estratégia de comunicação do Governo Federal em 2009/2010.

Material de campanha do Ministério da Saúde de 2009/2010

Material de campanha do Ministério da Saúde de 2009/2010

ANEXOS

Estrutura da base de dados avaliada

A base de dados original de Dengue possui 122 colunas, a de Chikungunya possui 121 e a de Zika vírus possui 38 colunas. Deste modo, para esta análise selecionei 26 campos comuns às três bases de dados (Anexo 1).

Anexo 1. Estrutura da base de dados de casos prováveis de dengue, chikungunya e zika virus, no período da semana epidemiológica 01 a 13 (31/12/2023-30/03/2024), no Brasil.
Data summary
Name dcz24
Number of rows 2623693
Number of columns 27
_______________________
Column type frequency:
character 2
Date 4
factor 20
numeric 1
________________________
Group variables None

Variable type: character

skim_variable n_missing complete_rate min max empty n_unique whitespace
CLASSI_FIN 0 1 8 30 0 7 0
EVOLUCAO 0 1 6 23 0 5 0

Variable type: Date

skim_variable n_missing complete_rate min max median n_unique
DT_NOTIFIC 0 1.00 2023-12-31 2024-03-30 2024-02-27 91
DT_SIN_PRI 0 1.00 2023-12-31 2024-03-30 2024-02-23 91
DT_OBITO 2620992 0.00 2024-01-03 2024-03-30 2024-03-03 88
DT_ENCERRA 1177792 0.55 2023-12-31 2024-04-02 2024-03-08 94

Variable type: factor

skim_variable n_missing complete_rate ordered n_unique top_counts
ID_AGRAVO 0 1.00 FALSE 3 Den: 2482427, Chi: 137053, Zik: 4213
SEM_NOT 0 1.00 FALSE 13 202: 338905, 202: 330711, 202: 326357, 202: 315650
NU_ANO 0 1.00 FALSE 2 202: 2623374, 202: 319
SG_UF_NOT 0 1.00 FALSE 26 31: 909353, 35: 543783, 41: 247023, 53: 192611
ID_MUNICIP 0 1.00 FALSE 4983 530: 192611, 310: 130811, 355: 129035, 330: 84528
ID_REGIONA 381734 0.85 FALSE 312 144: 324661, 133: 129035, 134: 69676, 147: 68147
ID_UNIDADE 1461 1.00 FALSE 34605 048: 10863, 922: 9126, 001: 7696, 643: 7656
SEM_PRI 0 1.00 FALSE 13 202: 334668, 202: 329217, 202: 321067, 202: 304311
ANO_NASC 13893 0.99 FALSE 125 199: 51581, 200: 51406, 199: 49765, 200: 49400
CS_SEXO 4 1.00 FALSE 3 F: 1454007, M: 1164416, I: 5266
CS_GESTANT 315 1.00 FALSE 7 6: 1431341, 5: 937132, 9: 230369, 2: 7315
CS_RACA 5 1.00 FALSE 6 4: 1054099, 1: 947854, 9: 438058, 2: 150819
CS_ESCOL_N 609467 0.77 FALSE 21 9: 823636, 6: 403677, 10: 176192, 3: 124879
SG_UF 0 1.00 FALSE 27 31: 909230, 35: 543828, 41: 247122, 53: 190923
ID_MN_RESI 7 1.00 FALSE 5299 530: 178795, 355: 123751, 310: 113556, 330: 83148
ID_RG_RESI 379728 0.86 FALSE 319 144: 323224, 133: 123751, 134: 68948, 147: 68085
ID_PAIS 0 1.00 FALSE 1 1: 2623693
ID_OCUPA_N 1911338 0.27 FALSE 2170 999: 142335, 999: 71019, 999: 68847, 998: 65863
CRITERIO 1102265 0.58 FALSE 3 2: 744462, 1: 590436, 3: 186530
CS_FAIXAETARIA 0 1.00 FALSE 11 20-: 493123, 30-: 419813, 40-: 393984, 50-: 309311

Variable type: numeric

skim_variable n_missing complete_rate mean sd p0 p25 p50 p75 p100 hist
NU_IDADE_N 0 1 35.7 20.13 0 20 34 50 99 ▆▇▆▃▁

Ficha de notificação de Dengue e Chikungunya

A ficha de notificação e investigação de Dengue e Febre de Chikungunya é a mesma para as duas doenças, sendo que o bloco relativo à Dengue Grave e com Sinais de Alarme somente é preenchido quando o campo 2. Agravo/Doença for igual a A.90 (Dengue).

Anexo 2. Ficha de notificação de Dengue e Chikungunya.

Parte 1 - Ficha de notificação de dengue e chikungunya

Parte 2 - Ficha de notificação de dengue e chikungunya

Ficha de notificação de Zika vírus

A infecção pelo Zika vírus utiliza a ficha padrão de notificação do Sinan. Ou seja, os campos dos blocos Dados Gerais, Notificação Individual, Dados de residência e Conclusão são idênticos à ficha de dengue e chikungunya. A notificação de dengue não possui dados clínicos e epidemiológicos (Anexo 3).

Anexo 3. Ficha de notificação de Zika vírus

Ficha de notificação de Zika vírus

References

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BRASIL. 2006. Sistema de Informação de Agravos de NotificaçãoSinan: Normas e Rotinas. 1st ed. Vol. 1. Brasília: Editora do Ministério da Saúde.
———. 2017. “Portaria de Consolidação Nº 4, de 28 de Setembro de 2017, Anexo v - Capítulo i - LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS, AGRAVOS e EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA,” September. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html.
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 2024a. “Boletim Epidemiológico 05 - Situação Epidemiológica Da Síndrome Congênita Associada à Infecção Pelo Vírus Zika: Brasil, 2015 a 2023.” Brasília/DF. http://plataforma.saude.gov.br/anomalias-congenitas/boletim-epidemiologico-SVSA-05-2024.pdf.
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Melo, Maria Aparecida de Souza, Marília Ferreira Dela Coleta, José Augusto Dela Coleta, José Clecildo Barreto Bezerra, Ana Maria de Castro, Ana Luísa de Souza Melo, Ricardo Antonio Gonçalves Teixeira, Daniel Batista Gomes, and Huilma Alves Cardoso. 2018a. “Percepção dos profissionais de saúde sobre os fatores associados à subnotificação no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan).” Revista de Administração em Saúde 18 (71). https://doi.org/10.23973/ras.71.104.
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Oliveira, Wanderson Kleber de, Giovanny Vinícius Araújo de França, Eduardo Hage Carmo, Bruce Bartholow Duncan, Ricardo de Souza Kuchenbecker, and Maria Inês Schmidt. 2017. “Infection-Related Microcephaly After the 2015 and 2016 Zika Virus Outbreaks in Brazil: A Surveillance-Based Analysis.” The Lancet 390 (10097): 861–70. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)31368-5.

Footnotes

  1. US: Unidade de Saúde↩︎

  2. SMS: Secretaria Municipal de Saúde↩︎

  3. SES: Secretaria Estadual de Saúde↩︎

  4. MS: Ministério da Saúde↩︎